terça-feira, 25 de setembro de 2012

EM QUEM (NÃO) VOTAR!



Ele é o esperto, ele é o perfeito
Ele é o que dá certo, ele se acha o eleito
Seus ternos são bem cortados
Seus versos são mal escritos
Seus gestos são mal estudados
(O eleito – Lobão)


Hoje pela manhã, no caminho do trabalho, ouvi “acidentalmente” por 10 minutos a propaganda eleitoral de minha cidade, o que foi suficiente para me deixar em dúvida em quem votar para vereador, tamanha a oferta de ideias e soluções.
Se eu soubesse que estes 10 minutos fossem me causar tanta dúvida eu teria seguido a lição de meu saudoso pai: “não de ouvidos a estes candidatos, eles nos confundem”. E como confundem.
Infelizmente, penso agora, estes candidatos falam apenas de 4 em 4 anos. Deveriam ter um espaço permanente, tamanha a “genialidade” das propostas que regurgitam em nossos ouvidos.
Eu já tinha decidido o meu voto, mas agora não sei mais em quem votar! Tenho dúvida de qual é o problema mais urgente a ser resolvido (os nomes são fictícios, algumas vezes um indicativo do candidato, mas as promessas são reais):
·         Se quero o “fim” (isso mesmo o fim, acabar para sempre) da criminalidade terei que votar no exterminador, que promete banir o crime da minha cidade (é de dar inveja aos estudiosos da criminologia);
·         Se quero alguém que mora há 12 anos no centro da cidade e entende de informática votarei no candidato @ (esse deve ser bom em estratégia, pois para conseguir chegar em casa na temporada de verão...além do que entende de informática e será útil neste webmundo);  
·         Mas se quiser alguém mais experiente em como chegar em casa na temporada terei que votar no ***, que mora há 40 anos no centro da cidade (me parece que morar no centro da cidade é algo que torna a pessoa mais capacitada na função de edil);
·         Se pretendo ver a força da mulher (me pergunto...força da mulher...), irei votar na candidata 7.0, que é aposentada e vai entrar com “força total” na câmara municipal;
·         Se quero mais segurança, votarei com toda a certeza no .40 (ponto quarenta), que promete unificar as forças de segurança (mas primeiro alguém tem que falar para ele que as polícias civil e militar são órgãos estaduais e não municipais);
·         Se quero alguém que cuide da saúde irei votar no candidato que já foi o responsável pelas ambulâncias (bah, se soube cuidar das ambulâncias deve entender de saúde também);
·         Mas se procuro um candidato que resolva o problema da falta de emprego (veja bem, emprego e não trabalho, pois o bom é ter emprego e não trabalho), votarei no CLT;
·         Talvez queira alguém empreendedor me representando na câmara, então não tem jeito, votarei no branco que criou inúmeras associações de moradores (não importa a qualidade e sim a quantidade);
É, não vai ser fácil me decidir. Penso em não votar, mas o voto é o maior exercício de cidadania... terei que optar. Para isso não irei mais ouvir o programa eleitoral, vai que me aparecem outras propostas, aí sim é que não consigo me decidir.
Ironia a parte, o que temos presenciado são verdadeiros achaques a nossa mediana inteligência.
Se o direito a ser votado é o exercício da democracia, a instrução, cultura e capacitação dos que pedem voto é o ônus desta mesma democracia.
Mas acima de tudo os candidatos devem ter desconfiômetro e tomar um semancol antes de esbravejarem suas propostas e (des)qualidades pessoais.
Mas por que estou falando isso, se eles nem vão ler, com exceção daquele que “mora há 12 anos no centro da cidade e entende de informática”!
  Aparece na TV
Vive sempre a prometer
Sua vida é mentir
Sei que nunca vai cumprir
O que interessa
É o meu voto pra ganhar essa eleição
Ou então fraudar as urnas
Viva a corrupção!!!”
(Mentira de eleição – D.F.C)

Nenhum comentário: