terça-feira, 21 de agosto de 2012

Há 23 anos Raul Seixas nos deixava



A primeira fita k7 que "mandei" gravar em uma loja de "discos e fitas" que também gravava músicas para quem não tinha dindim para comprar os produtos originais, foi do Raul Seixas. Uma "seleção" das melhores músicas dele. Isso foi nos anos 80 e ainda me lembro das canções que cantarolava toda vez que fazia rodar a preciosa aquisição em meu "rádio gravador" preto (que ainda existe e se esconde em algum canto escuro na casa de minha mãe).

Hoje, passados 23 anos de sua morte física, vez ou outra me deparo com suas músicas quando sintonizo uma FM qualquer (ou não tão qualquer assim, para tocar Raul) e percebo que suas letras são eternas, justamente por serem atuais. Parece que ele escreveu pensando no hoje e é isso que afirma a preciosidade de sua obra.

Suas letras "azedas" adocicavam nossa audição. Ele conseguia fazer uma crítica social em tom de poesia e muitas vezes cantávamos a "crítica" sem nos dar conta do sentido dela. Assim em "Pastor João e a Igreja invisível", onde "zomba" de certos líderes religiosos e os próprios seguidores cantarolam a letra.

Raul passou pelo brega, pelo rockabilly, pelo blues, pela MPB e diversos outros estilos que ampliaram o conceito de 'roqueiro', como Raulzito era visto na adolescência. Longe de ser só um representante da Sociedade Alternativa, ele se questionava, fazia crônicas, dialogava com canções da MPB e tinha consciência de que precisava se dividir entre a verdade do universo e a prestação a pagar, como canta em Eu Também Vou Reclamar (vídeo acima).

Pela importância de sua obra e por ter marcado minha adolescência é que relembro neste espaço a obra de Raul Seixas.

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